segunda-feira, 8 de agosto de 2016

8. A Marcha fúnebre prossegue (2001)

A Marcha fúnebre prossegue (2001) é o quarto álbum do grupo de rap paulistano "Facção Central". Com letras que tematizam de forma extrema a violência, o grupo foi acusado pelo ministério público de São Paulo de fazer apologia da violência, especialmente após o lançamento do clipe "Isso aqui é uma guerra" do álbum Versos Sangrentos de 1999. O álbum de 2001 começa com uma resposta a essa acusação.

01. Introdução - 0:00
02. Dia Comum -
1:14
03. A Guerra não vai acabar -
3:29
04. A marcha fúnebre prossegue -
8:00
05. Aqui são teus cães -
13:13
06. Desculpa Mãe -
17:51
07. Sei que os ´porcos querem meu caixão -
23:44
08. O show começa agora
28:04
09. Tensão -
33:42
10. De encontro à morte -
38:18
11. Eu tô fazendo o que o sistema quer -
43:25
12. Discurso ou Revólver -
48:15
13. Sem luz no fim do túnel -
53:15
14. Apologia ao Crime -
57:57
15. Justiça com as próprias mãos
1:03:10
16. A paz está morta
1:08:26


Eduardo, compositor principal do grupo, também é autor do livro A guerra não declarada na visão de um favelado. São Paulo: Carlos Eduardo Taddeo, 2012.


Façam seus comentários até o dia 21/08/2016.



17 comentários:

  1. Quem ouve a música acha que é apologia ao crime, mas é um grito de exaustão por ser ignorado, quantos não estão somente tentando a vida sem reais oportunidades? É a realidade deles, cresceram e sempre se deparam com essas cenas, não é uma tv ou um livro que vai dizer pra eles que eles estão agindo corretamente, o que é certo ou errado é determinado pelas próprias pessoas, para a convivência deles isso é correto. Lógico que eu não concordo com o comportamento deles, mas é a resposta de anos de não terem solução para a situação de exclusão.

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  2. Iniciamente vale notar como a pobreza romanceada é tida como arte legítima, e a pobreza denunciadora não.
    As músicas de Adoniram Barbosa e Cartola são celebradas de maneira geral como autênticas obras de arte, celebram um modo de vida malandro, de quem é pobre mas vive a vida tranquilo, dentro dos limites. Mas a expressão denunciadora de uma face da realidade que discorda do discurso dominante não é aceito, quanto mais visto como arte.
    Penso que uma expressão que é capaz de emocionar o espectador independente de quem seja é arte. Quer qualquer quadro o Louvre, qualquer peça erudita, quer rap ou qualquer música popular. Segundo esse critério esse álbum é exemplar, pois é uma tragédia real.

    Não penso que o álbum defenda a violência, mas a denuncia. A mostra de maneira direta, de um jeito que as coisas não são mostradas. Pode-se questionar isso, o tom de vingança pessoal e a crueza dos relatos, mas dada a leniência com que o discurso dominante trata dos problemas dos pobres o radicalismo vem como contrapeso a isso. De maneira alguma isso justifica as ações relatadas pelo grupo, mas as explica, e ao meu ver é isso o que o grupo pretende. Explicitá-la, não justificá-la, pois uma audição atenta mostra o pesar pela violência, e a estética pesada que exige a seriedade do assunto.

    O maior exemplo de que o álbum não pretende incitar a violência é a música "Desculpa mãe". A narrativa apresenta com pesar a violência de uma vida, e a consciência de que não é algo belo ou adequado aquele modo de vida, contretizada num pedido de desculpas à uma mãe, que foi quem mais sofreu nessa história toda.

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  3. Sim, são letras chocantes. Gosto desse gênero de música e já havia escutado uma ou duas das músicas desse álbum. Assim como boa parte das pessoas nascidas na década de 1980, os primeiros a trazerem, já na década de 1990, esse conjunto de músicas “transgressoras e agressivas” foram os Racionais MC’s. Esse segmento musical ganhou notoriedade e, consequentemente, muitos novos ouvintes principalmente nas regiões mais carentes. A maioria dessas letras eram desabafos, gritos de ódio periféricos. Certamente, as letras do grupo Facção Central são muito mais explícitas e fortes do que “Fim de Semana no Parque”, “Hey Boy”, “Mano na Porta do Bar”, dos Racionais Mc’s.
    Os integrantes do conjunto Facção Central não relutam em escancarar a realidade sem censura. Sem dúvidas, vale o alerta que foi dado em aula para os incautos, alguns trechos das letras são perturbadoras… Resvalam entre situações, apesar de cinematográficas, factíveis e outras exageradas, regadas com sangue. Nenhum tema escapa de suas letras: governo, polícia, economia, drogas, morte, cadeia, favela, revolução, execução, assalto, televisão, juízes… Sim, eles são uma metralhadora de ódio. Dificilmente eles acreditam ou vivenciaram tudo o que derramam em suas músicas, prefiro acreditar nisso… Mas eles oferecem o que seu público espera e se eles amenizassem a intensidade de suas letras, certamente, perderiam seu público que foi construído explorando a violência comum do nosso cotidiano.
    Quanto ao fato de fazer apologia ou não a violência… Me parece que eles exageram com a intenção de chocar mesmo (como disse acima) e desta forma eles parecem incentivar à violência, que é explorada, em minha opinião, simplesmente por motivos mercadológicos. Apesar de rimas às vezes até elaboradas, elas não propõem nada para tentar subverter a situação caótica que boa parte da população vive e que eles denunciam com tanta enfase. Não que a música tenha obrigatoriamente que ser uma ferramenta para promover a conscientização social, mas eles poderiam oferecer um “contrapeso” aos versos tão incisivos e macabros constantes em todas as músicas, sem exceção.

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  4. Por morar desde que nasci em um bairro periférico sou bastante acostumada com essas letras. Apesar de ser chocante e até mesmo às vezes difícil de se ouvir. Sempre percebi que a grande maioria, principalmente as pessoas mais velhas que também estão inseridas neste contexto repudiam totalmente o estilo musical,justamente por ter esse viés de disseminar de uma maneira altamente explicita a violência, principalmente por policiais ou grupos que oprimem a cultura da favela e todo seu povo.
    Apesar da música ser um grande grito e tapa na cara da sociedade, vejo como um ponto negativo. Essas músicas detêm um poder muito forte, diversos jovens da periferia ouvem essas músicas como um hino e acabam muitas vezes interpretando-a como o jeito com que eles têm que acabar com a opressão. Vejo jovens vendendo drogas enquanto em seus celulares escutam essas músicas, postam fotos com armas, drogas e dinheiro do tráfico com essas músicas de legenda, ao saber de notícias de policiais mortos fazem referência à música, ou seja, a arte tem influência fortíssima sob as pessoas. Há outros álbuns desse grupo e outros grupos que nas suas letras apostam em mostrar a realidade, porém conscientizando os jovens que seguir para o crime também é uma via perigosa e sem recompensa.

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  5. Por morar desde que nasci em um bairro periférico sou bastante acostumada com essas letras. Apesar de ser chocante e até mesmo às vezes difícil de se ouvir. Sempre percebi que a grande maioria, principalmente as pessoas mais velhas que também estão inseridas neste contexto repudiam totalmente o estilo musical,justamente por ter esse viés de disseminar de uma maneira altamente explicita a violência, principalmente por policiais ou grupos que oprimem a cultura da favela e todo seu povo.
    Apesar da música ser um grande grito e tapa na cara da sociedade, vejo como um ponto negativo. Essas músicas detêm um poder muito forte, diversos jovens da periferia ouvem essas músicas como um hino e acabam muitas vezes interpretando-a como o jeito com que eles têm que acabar com a opressão. Vejo jovens vendendo drogas enquanto em seus celulares escutam essas músicas, postam fotos com armas, drogas e dinheiro do tráfico com essas músicas de legenda, ao saber de notícias de policiais mortos fazem referência à música, ou seja, a arte tem influência fortíssima sob as pessoas. Há outros álbuns desse grupo e outros grupos que nas suas letras apostam em mostrar a realidade, porém conscientizando os jovens que seguir para o crime também é uma via perigosa e sem recompensa.

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  6. Acho muito curioso como a opinião pública trata um jogo de videogame em que se rouba, mata, atropela e decapta pessoas em um sentido simbólico, como apenas um entrerimento que não se transporta para a realidade. Mas um grupo musical que sequer realiza simbolicamente um ato violento, mas denuncia uma realidade que muitos (inclusive do MP) se negam a ver, são tratados como incitação a violencia. Em primeiro lugar nem um nem outro incitam a violência. Por mais que em uma das músicas do cd o grupo diz que o menino de 12 anos tirava sangue da cabeca dos outros "na febre do videogame" trata-se de uma criação artistica que escancara uma realidade cotidiana. Em segundo, falar sobre morte não é matar. O que o grupo faz é mostrar razoes e causas de uma sociedade extremente desigual e injusta em que os mais pobres terão as instituições contra si. O próprio documentário sem cela mostra o depoimento de um ex policial que confirma muitas coisas.
    A razão é que infelizmente videogame se constitui no empreendimento mais lucrativo do entrerimento no mundo. E gente da periferia que fala de morte não é ninguem. Uma vez mais a justiça esta sendo demandada para a injustiça. Se ocorresse com RAP o que ocorreu com uma parcela dos pancadões, ou seja, ser apropriado por uma industria cultural, as coisas talvez fossem diferentes.
    Ainda que forçadamente se suponha tratar-se de um propósito do grupo incitar a violência, as proprias letras mostram o contrario para qualquer ouvinte. Ao desculpar-se com a mãe, arrepender-se do vicio no crack, não ter acesso a nada ma infância o gruoo está mostrando como que a violencia é uma resposta a uma violencia do estado. Alias de maneira contundente eles dizem que é isso que o estado quer.. uma especie de perpetuação da cultura da violencia em que o verdadeiro malfeitor se vende como vítima.

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  7. De forma bruta e direta as músicas mostram uma triste realidade. Pessoalmente não me agrada esse estilo musical, e acredito que, apesar de ser uma forma de expressão, é uma coisa que influencia negativamente os jovens. Mostra a violência na sua forma pura, e por a música agradar a pessoa, ela pode se identificar com as ideias que a música tenta transmitir. Difícil julgar ou tentar entender qual a real intenção das pessoas que fazem ou que escutam esse gênero musical, mas a música não deixa de ser uma forma de arte e de se expressar e por isso deve ser respeitada, mesmo que não aceita.

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  8. Também cresci ouvindo essas letras, aqui na vila o auge do RAP foi ali por volta dos anos 90 até dois mil e pouco, mas ainda hoje é bem comum que os jovens ouvindo em carros, becos ou no busão mesmo. O interessante pra mim foi perceber que para uma mente sabotada pelo sistema, que teve como formação cultural unicamente a escola publica, este álbum soa muito mais profético do que conscientizador.
    Eu fui, um tempo atrás, ver o que atavam fazendo aqueles outros rapazes que cresceram comigo pelas ruas daqui ouvindo rap e jogando bola, meus vizinhos que não tiveram a sorte de ter um família estruturada. Pois bem, estão vivendo a vida loka. E não é surpresa porque ouvir sobre o mundo do crime sempre soava como um "assim que é, e vai ser" do que qualquer outra coisa.
    Cheguei a conclusão que ouvir rap por si só não mudava nada, tinha que ter alguém lá comprometido em explicar verso por verso, ou os rapers podiam manjar de didática porque se o intuito era falar da realidade, ok, falaram, mas se você não esta entendendo as referências históricas que o cara ou a mina estão falando, entre outras tantas coisas, o superficial daquilo soa como "é o que está te esperando".
    Arte nesse contexto é uma ferramenta, mas se não tiver manual de instrução, ou oferecer outras perspectivas de vida não vai fazer nada pelos pobres. Acho que Facção faz um retrato comum à muitas periferias. Mas quem poderia ajudar não vai.

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  9. A musica como uma forma de arte possui suas liberdades, mas também precisa ter seus limites quanto a exposiçao de ideias e ideais, pois com um apelo exarcebado da violência é esperado que isto venha a influênciar de maneira negativa alguns ouvintes, e embora seja uma forte critica social, sem ponderaçao se torna apenas incitaçao a violência. principalmente quando não elaborado de forma a provocar a discussão dos verdadeiros problemas tratados e simplesmente como uma forma de falar sobre violência pela violência e mais nada.

    Marcus Vinicius Pontes Sotter RA 11028212

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  10. O Rap de uma maneira geral possui letras que falam sobre a realidade de grupos sociais específicos (possivelmente jovens negros residentes na periferia). O grupo paulistano Facção Central é conhecido pelas letras críticas da realidade social e frequentemente embasadas na temática da violência.
    É importante ressaltar que a atuação do Ministério Público de São Paulo em acusar o grupo de apologia a violência pode ser representativo para a ideia de que o Judiciário por ser bastante conservador tem alguma resistência em “aceitar” que as letras do grupo podem estar relacionadas de fato com a realidade dos ouvintes e portanto não deveriam ser consideradas apologia a violência. Existe aqui a ideia de identidade dos ouvintes com o grupo, e das letras com o “cotidiano”.
    Existem casos em que o conteúdo das letras é inaceitável, por exemplo a banda de Death Metal americana Arghoslent com a letra Flogging the Cargo que relata a escravidão dos negros na América mas de maneira extremamente racista e inclusive faz algumas referências ao nazismo. Aqui temos um exemplo explícito de apologia a violência e racismo.

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  11. O Rap de uma maneira geral possui letras que falam sobre a realidade de grupos sociais específicos (possivelmente jovens negros residentes na periferia). O grupo paulistano Facção Central é conhecido pelas letras críticas da realidade social e frequentemente embasadas na temática da violência.
    É importante ressaltar que a atuação do Ministério Público de São Paulo em acusar o grupo de apologia a violência pode ser representativo para a ideia de que o Judiciário por ser bastante conservador tem alguma resistência em “aceitar” que as letras do grupo podem estar relacionadas de fato com a realidade dos ouvintes e portanto não deveriam ser consideradas apologia a violência. Existe aqui a ideia de identidade dos ouvintes com o grupo, e das letras com o “cotidiano”.
    Existem casos em que o conteúdo das letras é inaceitável, por exemplo a banda de Death Metal americana Arghoslent com a letra Flogging the Cargo que relata a escravidão dos negros na América mas de maneira extremamente racista e inclusive faz algumas referências ao nazismo. Aqui temos um exemplo explícito de apologia a violência e racismo.

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  12. As letras trazidas pelo grupo de Rap Facção Central denunciam claramente as condições desumanas a que são submetidos os jovens do subúrbio e das comunidades dos grandes centros urbanos, trata-se de um grito de desespero de uma parcela da população que cansou de ser ignorada pelos governantes,humilhada pela sociedade e perseguida, torturada, violentada e morta pela polícia. Assim sendo, as letras são, ao mesmo tempo, uma forma de denúncia e revolta, de algum modo, há, um discurso violento e apologético, uma vez que os jovens do universo que a música retrata se identifica e desenvolve, portanto, uma empatia, afinal de contas, os protagonistas das narrativas deflagradas nas letras da canção passam a ser os próprios ouvintes, por outro lado, há nas letras uma veracidade que poucos têm acesso, exceto aqueles que vivem nessas condições, se assim for, as letras retratam apenas o dia a dia perverso é inconcebível dos jovens da comunidade.

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  13. O álbum do grupo Facção Central incomoda, agride. Eduardo e seus companheiros apresentam uma realidade sem romantização, sem figuras. Mais que isso, apresentam uma realidade que é escondida, renegada, camuflada. A mensagem é clara: a violência que assola São Paulo é consequência da constituição social da cidade.

    Diferentes opressões levaram a uma condição de marginalização latente de grande parte da população. A violência cotidiana, a exploração econômica, o bombardeio publicitário, a negação ao consumo e a determinados espaços... todas se exercem sobre o mesmo grupo social. A consequência é inevitável: a criminalidade.

    Facção Central realiza um diagnóstico, não uma justificação. O grupo desnuda as aparências que se colocam a frente do problema da violência. A violência faz parte do sistema, se o ataca é como filho rebelde e não agente exterior.

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  14. A música “Isso aqui é uma Guerra” do grupo facção central leva-nos aos limites da discussão ética pois converge para o tradicional debate: “ violência se combate com violência?”. Obviamente que o tema é explorado por diversas tendências ideológicas inclusive as conservadores que apostam numa ideia de disciplina e vigilância no qual o oprimido assume para si a postura cordeira e passiva de suportar suas mazelas dentro de regras hostis a sua própria dignidade.
    Por outro lado, existe também o viés trabalhado pelo grupo, no qual a consequência mais imediata da exclusão social sistemática é o recurso fundamental da violência, no intuito de atentar a vida daqueles que participam de forma privilegiada na sociedade de consumo. Figuras como o “Boy “e o “doutor” são as expressões materializadas mais imediatas desse projeto excludente, que deve necessariamente ser expurgado ou pelo menos atingido pelo espectro da pobreza.
    De forma analítica, o grupo não faz simples apologia ao crime, uma vez que a música está contextualizada pela ideia de que a violência generalizada contra as camadas mais pobres muitas vezes silenciada e ignorada, produzem uma série de impactos , sendo a criminalidade e a violência social uma delas.
    O impacto da música talvez esteja na opção do grupo de produzir um “eu lírico” que não denuncia de fora, mas que vive a situação de dentro. Isso já muda o tom político, pois a referencia indenitária não é mais a de um “homem branco trabalhador” ou mesmo de um “pobre trabalhador ordeiro”.
    O trunfo encontra-se em retirar desses indivíduos a invisibilidade cruel, produzida por um discurso que o animaliza sob as circunstâncias da violência e da pobreza. A lógica se altera e revela indivíduos largados socialmente por uma sociedade que moral, política e economicamente deveria lhes resguardar a dignidade social.
    Por outro lado, a violência restrita aos fenômenos mais evidentes, tais como “boys”, “madames” e “doutores” não produz necessariamente uma alternativa política e social viável para que a invisibilidade e a exclusão deixem de ser uma realidade objetiva. A violência sistêmica produzida através da criminalidade permite com que setores ultra conservadores assumam o controle do discurso político ampliando medidas restritivas como a letalidade policial.
    É necessário organização política de base que expresse uma realidade que rompa com os limites funcionais do modelo de exclusão vigente, que possa atingir as cadeias fundamentais de empregabilidade, educação ,saúde, previdência ,segurança pública , para que a situação sai de uma solução individualizada e atinja de fato uma coletividade.

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  15. Acredito que não seja correto acusar o grupo de fazer uma música contando o que acontece no dia a dia, é evidente que as letras são "fortes" no que diz respeito a violência e podemos ver o quanto isso está ligado ao nosso cotidiano, quando nas olimpíadas, nadadores americanos dizem terem sidos roubados e já ficamos com vergonha, sabendo que o que foi dito é totalmente aceitável e que isso para nós já é noticia passada, estamos acostumados com programas de sensacionalismo, com tiros e mortes, já é algo que não nos causa arrepio.
    É importante essa nossa realidade estar nas músicas para ver se alguém começa a dar a devida atenção que esse assunto merece e na própria música podemos ver como a vida, de quem a música se refere, não tem tanta validade "Que deus deixe ele encontrar, madame, sua esmeralda, senão ele arranca seu coração na faca".
    A vida já não tem tanta importância já que ele está acostumado a ver pessoas mortas, sendo eles seus amigos ou inimigos.
    O que precisamos é que as pessoas comecem a ter mais oportunidades pois acredito que esse nosso enorme problema de violência está diretamente ligado a esse enorme abismo financeira que temos entre todos.

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  16. Apesar do Rap não ser meu estilo musical favorito, suas letras são carregadas de um conteúdo crítico, geralmente contra o sistema que propaga a diferença social e a indiferença aos marginalizados. As músicas do grupo Facção Central não fogem á essa lógica, que é própria do estilo musical. Questões como o preconceito contra os oprimidos pelo sistema, assim como a violência que ronda cotidianamente esses indivíduos, como a própria violência policial, que deveria ser defensiva e não agressiva, sçao pontos recorrentes nas letras.
    A desigualdade de oportunidades assim como um cotidiano inflexível, com problemas de renda e a ausência total do Estado em apoio á essas pessoas que vivem marginalizadas são críticas muito exploradas mas que não possuem tanta notoriedade, já que não fazem parte do conteúdo alienado e "civilizado" da cultura de massas. A agressividade é um fator marcante nas letras, porém, é uma característica não só dos agentes marginalizados que aliás, usam da mesma como meio de sobrevivência, mas também na atitude do sistema para com essas pessoas que não constituem os padrões de consumo e de vida vigentes.

    Gabriel Chagas RA: 21060915

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  17. Facção Central não foi compreendido pelos críticos de seu album. Não trata-se de uma apologia da violência mas um retrato de uma realidade que não se quer ouvir, uma realidade que é negada constantemente. A violência a qual se ataca, é a violência presente nas periferias de São Paulo diariamente por todos os lados.
    Estabelecer um trabalho que externalize as mazelas sociais e mostre as discrepâncias econômicas, a dura realidade é essencial.
    O rap é um excelente instrumento para isso; trata-se de um documento histórico daquilo que era vivido ( e ainda é) por grande parcela da população. Aqueles que procuraram ocultar, sob o pretexto de combater a apologia a violência querendo ou não mascaram o real, legitimam que a opressão dessa parcela da sociedade continue.

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